A HISTÓRIA
A produção de vinhos é uma tradição familiar para Domingos Alves de Sousa: o seu pai (Edmundo Alves de Sousa) e avô (Domingos Alves de Sousa) tinham já sido vitivinicultores do Douro. Mas Domingos abraçou a princípio um outra carreira.
Tendo-se licenciado em Engenharia Civil, não resistiu porém ao duplo apelo (da terra e do sangue), e abandonou a sua atividade em 1987 para se dedicar em exclusivo à exploração das quintas que lhe couberam em herança e a outras que posteriormente adquiriu, nas quais tem vindo a executar um trabalho modelar de emparcelamento e de reestruturação das vinhas. A evolução da sua atividade vitivinícola reveste-se de aspetos interessantes, quase paradigmáticos e merece um pouco de história.
Durante muito tempo foi fornecedor das conhecidas e prestigiadas companhias Casa Ferreirinha e Sociedade dos Vinhos Borges. Mas os problemas que afetaram o sector nos finais da década de 80, que tiveram como consequência um aumento exagerado dos custos de produção, e em especial a catastrófica colheita de 1988, levaram-no a questionar a rentabilidade das suas explorações. Esse questionar foi o ponto de viragem. Tal como muitos outros viticultores durienses, afetados pela recessão em que a Região Demarcada se debatia, voltou-se para a valorização das "sobras" do Vinho do Porto, ou seja, o vinho de pasto do Douro, até então tradicionalmente subalternizado em relação ao vinho generoso.
Claro que esta mudança radical de atitude exigia mais do que simples boa vontade e desejo de vencer: exigia formação técnica e profissional. Frequentou assim cursos de viticultura e enologia e, munido desse lastro, lançou mãos à obra na reestruturação das suas vinhas e, decidido a trilhar o seu próprio caminho de produtor-engarrafador, construiu na sua Quinta da Gaivosa a adega onde daí em diante vinificaria a produção das restantes Quintas.
Efetuadas algumas experiências com diversas castas, selecionou as que se revelaram mais aptas a produzir os melhores vinhos de Denominação de Origem Douro, e com elas produziu e lançou no mercado, em meados de 1992, aquele que seria o seu primeiro vinho: o Quinta do Vale da Raposa branco 1991, que desde logo cativou os apreciadores e mereceu as melhores referências.
Em 1994 é lançado o primeiro Quinta da Gaivosa mas é a edição do ano seguinte, 1995, que ficará para sempre na história como um dos vinhos mais icónicos do Douro. Para nunca trair este legado, Domingos decidiu que novos Quinta da Gaivosa só seriam produzidos em anos de excelência.
De cada uma das restantes quintas da família foram surgindo gamas distintas de vinhos resultantes das uvas produzidas nas mesmas e das suas particularidades e diversidade de terroir.
Foram lançados brancos e tintos da Quinta da Estação, Quinta das Caldas e, em 2017, a Quinta da Oliveirinha, localizada numa das zonas mais tradicionais e nobres do Douro e da melhor produção dos vinhos do Porto, foi adquiria a familiares.
Em 2002 Tiago Alves de Sousa junta-se oficialmente à empresa fazendo equipa com Anselmo Mendes, ganhando experiência e desenvolvendo o seu próprio estilo na produção de vinhos, até ao momento em que se tornou o enólogo exclusivo deste projeto familiar.
O icónico Abandonado 2004 foi o primeiro vinho em que Tiago se deu a conhecer como um criador de vinhos com um carácter único e, desde então tem-nos presenteado com uma série de novos conceitos, aromas e sabores.
Na recuperação da antiga tradição familiar da produção de vinhos do Porto, o Amphitheatrum Porto Vintage é, sem dúvida, um vinho marcante.
Marcou também a diferença com o rosé premium Rosa Celeste, numa homenagem à sua avó Maria Celeste, mãe de Domingos Alves de Sousa e estes são apenas alguns destaques entre os inúmeros vinhos premiados que tem criado.
A estratégia e o sucesso de Domingos Alves de Sousa passaram por recorrer ao apoio de profissionais e peritos nas diversas áreas que não dominava. Contou desde sempre também com o apoio e colaboração da sua família, especializando-se em diversas áreas. Inicialmente a sua esposa Lucília foi responsável por toda a componente administrativa, mais tarde a sua filha Patrícia passou tornou-se a responsável pela direção financeira e, juntamente com Domingos e Tiago, responsável pelo desenvolvimento de diferentes mercados internacionais.
João e Andreia Alves de Sousa, irmãos de Tiago e Patrícia, colaboram também há anos na empresa familiar sobretudo na componente de design e comunicação. Andreia tem estado responsável pelo desenvolvimento da imagem da maioria das marcas da família, como o Vale da da Raposa, Estação, Caldas e Oliveirinha e João dos icónicos Vinha de Lordelo e Abandonado, assim como da criação de vídeos de apresentação e conteúdos online.
Esta é uma empresa familiar, de gerações para gerações